23 de dez. de 2010

Bacteriófagos

Os bacteriófagos são inimigos naturais das bactérias, eles também são chamados de "fagos". Sua descoberta aconteceu no início do século 20 e desde então vêm sendo explorados pelos pesquisadores.
Os bacteriófagos serviram essencialmente de modelo para o estudo dos mecanismos celulares fundamentais, como a replicação, a transcrição ou a regulação. Tornaram-se então mais um instrumento para a biotecnologia.
Foi o biólogo francês Félix d'Éller junto ao biólogo inglês Frederick Twort que em 1915 descobriram, independentemente, uma "partícula" capaz de destruir especificamente as bactérias. Tal fenômeno tem o nome de lise bacteriana e a "partícula" foi chamada assim "bacteriófago".


Resumo feito por Louise Schiatti da matéria "Bacteriófagos no Combate às Bactérias"
Por Laurent Debarbleux da revista
Scientific American Nº28
Matéria: http://www.megaupload.com/?d=PEO609XA

13 de dez. de 2010

Basta uma palavra de solidariedade para salvar toda uma vida










Glossário (Parasitologia)

*Agente Etiológico: É o agente causador ou responsável pela origem da doença. Pode ser um vírus, bactéria, fungo, protozoário, helminto.
*Agente Infeccioso: Parasito, sobretudo, microparasitos (bactérias, fungos, protozoários, vírus etc.), inclusive helmintos, capazes de produzir infecção ou doença infecciosa.
*Antroponose: Doença exclusivamente humana. Por exemplo, a filariose bancrofiiana (“Elefantíase” causada pelo verme Wuchereria bancrofti), a necatorose (“amarelão” causado pelo verme Necator americanus), a gripe etc.
*Antropozoonose: Doença primária de animais, que pode ser transmitida aos humanos. Exemplo: brucelose, na qual o homem é um hospedeiro acidental.
*Cepa: Grupo ou linhagem de um agente infeccioso, de ascendência conhecida, compreendida dentro de uma espécie e que se caracteriza por alguma propriedade biológica e/ou fisiológica. Ex.: a cepa “Laredo" da E. histolytica se cultiva bem a temperatura ambiente, com média patogenicidade.
*Endemia: É quando se tem a prevalência de um número esperado de uma determinada patologia.
*Epidemia: É quando se supera o número de casos esperados de uma determinada patologia.
*Epidemiologia: É o estudo da distribuição e dos fatores determinantes da frequência de uma doença (ou outro evento). Isto é, a epidemiologia trata de dois aspectos fundamentais: a distribuição (idade, sexo, raça, geografia etc.) e os fatores determinantes da freqüência (tipo de patógeno, meios de transmissão etc.) de uma doença.
*Fase Aguda: É aquele período após a infecção em que os sintomas clínicos são mais marcantes (febre alta etc.). É um período de definição: o indivíduo se cura, entra na fase crônica ou morre.
*Fase Crônica: É a que se segue a fase aguda; caracteriza- se pela diminuição da sintomatologia clínica e existe um equilíbrio relativo entre o hospedeiro e o agente infeccioso. O número do parasitos mantém uma certa constância. E importante dizer que este equilíbrio pode ser rompido em favor de ambos os lados.
*Fômite: É representado por utensílios que podem veicular o parasito entre hospedeiros. Por exemplo: roupas, seringas, espéculos etc.
*Hábitat: É o ecossistema, local ou órgão onde determinada espécie ou população vive. Ex.: O Ascaris lumbricoides tem por hábitat o intestino delgado humano.
*Hospedeiro: É um organismo que alberga o parasito. Exemplo: o hospedeiro do Ascaris lumbricoides é o ser humano.
*Hospedeiro Definitivo: É o que apresenta o parasito em fase de maturidade ou em fase de atividade sexual.
*Hospedeiro Intermediário: É aquele que apresenta o parasito em fase larvária ou assexuada.
*Hospedeiro Paratênico ou de Transporte: É o hospedeiro intermediário no qual o parasito não sofre desenvolvimento, mas permanece encistado até que o hospedeiro definitivo o ingira. Exemplo: Hymenolepis nana em coleópteros.
*Parasitemia: Reflete a carga parasitária no sangue do hospedeiro.
*Parasitismo: É a associação entre seres vivos, em que existe unilateralidade de benefícios, sendo um dos associados prejudicados pela associação. Desse modo, o parasito é o agressor, o hospedeiro é o que alberga o parasito. Podemos ter vários tipos de parasitos:
*Endoparasito: O que vive dentro do corpo do hospedeiro. Exemplo: Ancylostoma duodenale. *Ectoparasito: O que vive externamente ao corpo do hospedeiro. Exemplo: Pediculus humanus (piolho).
*Parasito Acidental: É o que parasita outro hospedeiro que não o seu normal. Exemplo: Dipylidium caninum, parasitando criança.
*Parasito Errático: É o que vive fora do seu hábitat normal.
*Parasito Estenoxênico: É o que parasita espécies de vertebrados muito próximas. Exemplo: algumas espécies de Plasmodium só parasitam primatas; outras, só aves etc.
*Parasito Eurixeno: É o que parasita espécies de vertebrados muito diferentes. Exemplo: o Toxoplasma gondii, que pode parasitar todos os mamíferos e até aves.
*Parasito Monoxênico: É o que possui apenas o hospedeiro definitivo. Exemplos: Enterobius vermicularis (Oxiúros / método de Graham) A. lumbricoides.
*Partenogênese: Desenvolvimento de um ovo sem interferência de espermatozóide. Ex.: Strongvloides stercoralis.
*Patogenia ou Patogênese: É o mecanismo com que um agente infeccioso provoca lesões no hospedeiro. Ex.: O Schistosoma mansoni provoca lesões no organismo através de ovos, formando granulomas.
*Patognomônico: Sinal ou sintoma característico de uma doença. Ex.: sinal de Romana, típico da doença de Chagas.
*Período de Incubação: É o período decorrente entre o tempo de infecção e o aparecimento dos primeiros sintomas clínicos. Ex.: esquistossomose mansoni-penetração de cercária até o aparecimento da dermatite cercariana (24 horas).
*Periodo Pré-Patente: É o período que decorre entre a infecção e o aparecimento das primeiras formas detectáveis do agente infeccioso. Ex.: esquistossomose mansoni-período entre a penetração da cercária até o aparecimento de ovos nas fezes (formas detectáveis), aproximadamente, 43 dias.
*Premunição ou Imunidade Concomitante: É um tipo especial do estado imunitário ligado a necessidade da presença do agente infeccioso em níveis assintomáticos no hospedeiro. Normalmente, a premunição é encarada como sendo um estado de imunidade que impede reinfecções pelo agente infeccioso específico. Ex.: na malária, em algumas regiões endêmicas, o paciente apresenta-se em estado crônico constante, não havendo reagudização da doença. Existe um equilíbrio perfeito entre o hospedeiro o hóspede.
*Profilaxia: É o conjunto de medidas que visam a prevenção, erradicação ou controle de doenças ou fatos prejudiciais aos seres vivos. Essas medidas são baseadas na epiderniologia de cada doença. (Prefiro usar os termos "profilaxia", quando uso medidas contra uma doença já estabelecida e "prevenção", quando uso medidas para evitar o estabelecimento de uma doença).
*Reservatório: São o homem, os animais, as plantas, o solo e qualquer matéria orgânica inanimada onde vive e se multiplica um agente infecioso, sendo vital para este a presença de tais reservatórios.
*Vetor: É um artrópode, molusco ou outro veículo que transmite o parasito entre dois hospedeiros.
*Vetor Biológico: É quando o parasito se multiplica ou se desenvolve no vetor. Exemplos: o T. cruzi, no T. infestans.
*Vetor Mecânico: É quanto o parasito não se multiplica nem se desenvolve no vetor, este simplesmente serve de transporte.
*Virulência: É a severidade e rapidez com que um agente infeccioso provoca lesões no hospedeiro. Ex.: A E. histolytica pode provocar lesões severas, rapidamente.

Introdução à Microbiologia - Parte I

Micologia

Ramo da biologia dedicado ao estudo dos fungos, que são organismos heterotróficos de variadas dimensões. Possuem tamanhos consideráveis como os cogumelos e também tamanhos microscópicos como as leveduras e bolores.
Durante muitos anos a Micologia teve pouca expressão na área médica, possivelmente pela falta de diagnóstico adequado. Ultimamente, o número de pacientes suscetíveis aos mais variados tipos de infecções tem aumentado significantemente. Com esse crescimento, as infecções fúngicas vêm se tornando mais  freqüentesO diagnóstico de uma infecção fúngica tem por base a combinação de dados clínicos e  laboratoriais. O processo laboratorial inclui: demonstração do fungo no material examinado por microscopia e cultura, detecção de anticorpos específicos e detecção de antígenos e metabólitos liberados pelo fungo nos líquidos corpóreos ou tecidos.
As micoses podem ser divididas em:
Superficiais:
· Pitiríase versicolor
· Piedra branca
· Piedra negra
Cutâneas:
· Dermatofitoses
· Candidíase
Subcutâneas:
· Cromomicose,
· Esporotricose
· Micetoma (eumicetoma e actinomicetoma)
· Zigomicose
· Rinosporidiose
· Doença de Jorge Lobo
· Feo-hifomicose
· Hialo-hifomicose
Sistêmicas:
· Paracoccidioidomicose
· Histoplasmose
Oportunistas:
· Criptococose
· Aspergilose

4 de dez. de 2010

"A definição de vida acaba de se expandir"

Nasa anuncia a descoberta de bactérias que crescem em ambiente cheio de arsênio, tóxico para a maioria dos seres vivos. Novidade amplia a busca por vida extraterrestre.
Agência FAPESP – As chances de existir vida em outros planetas acaba de aumentar. Pelo menos de acordo com o anúncio feito na tarde desta quinta-feira (2/12) pela Nasa, a agência espacial norte-americana, que destaca a descoberta de um organismo que cresce onde não se imaginava que pudesse existir vida.
O anúncio, transmitido para todo o mundo pela internet, refere-se ao estudo feito por Felisa Wolfe-Simon, do Instituto de Astrobiologia da Nasa, e colegas e publicado na nova edição da revista Science.
Os cientistas descobriram uma bactéria (linhagem GFAJ-1 da família Halomonadaceae) capaz de sobreviver e de prosperar em um ambiente cheio de arsênio. O elemento químico, até então, era considerado altamente tóxico a todos os seres vivos.
Da baleia à bactéria Escherichia coli, passando pelo homem e todos os mamíferos, os organismos terrestres dependem dos mesmos seis elementos: oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, fósforo e enxofre.
A bactéria que acaba de ser descrita é a primeira exceção. E essa inusitada forma de vida não foi encontrada em outro planeta, como inicialmente deu a entender o aviso feito pela Nasa no início da semana, de que divulgaria “uma descoberta em astrobiologia que impactará a busca por evidência de vida extraterrestre”. A bactéria foi encontrada mesmo no hipersalino e altamente tóxico lago Mono, na Califórnia.
Não é uma vida extraterrestre, mas, segundo a Nasa, a descoberta amplia a busca por formas de vida desconhecidas, tanto na Terra como fora dela. Até agora, a busca tem se voltado a planetas com circunstâncias semelhantes às que se consideravam fundamentais para a existência de vida.
Ambientes venenosos – pelo menos para a maior parte dos habitantes da Terra –, como lotados de arsênio, passam a contar. A bactéria é a mais nova personagem entre os organismos extremófilos, capazes de sobreviver em condições extremas e prejudiciais à maioria das formas de vida terrestres.
Após recolher amostras da bactéria no lago californiano, Felisa e colegas realizaram experimentos em laboratório com o organismo. Verificaram que a GFAJ-1 foi capaz de transformar arsênio em fosfatos e até mesmo dispensar o fósforo. O arsênio substituiu o fósforo até mesmo no DNA da bactéria, que continuou a crescer.
"Conhecíamos microrganismos capazes de respirar arsênio, mas agora encontramos um que faz algo totalmente novo: constrói partes de si mesmo com arsênio. Se algo aqui na Terra pode fazer algo tão inesperado, o que mais a vida pode fazer que ainda não vimos?”, disse Felisa.
“A definição de vida acaba de se expandir. À medida que prosseguimos em nossos esforços para procurar por sinais de vida no Sistema Solar, teremos que pensar mais ampla e diversamente e considerar vidas de que não tínhamos conhecimento”, disse Ed Weiler, administrador da divisão de ciência da Nasa.


O artigo A Bacterium that Can Grow by Using Arsenic Instead of Phosphorus (10.1126/science.1197258),
de M.Thomas Gilbert e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org/cgi/content/abstract/science.1197258.






2 de dez. de 2010

Indicadores de Saúde

Os indicadores de saúde foram desenvolvidos para facilitar a quantificação e a avaliação das informações produzidas com tal finalidade. 
Em termos gerais, os indicadores são medidas que contêm informações relevantes sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde.
Os indicadores devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância das condições de saúde. A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar desde a simples contagem direta de casos de determinada doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices mais sofisticados, como a esperança de vida ao nascer.
A Organização Mundial da Saúde formou, nos anos 50, um Comitê para definir os métodos mais satisfatórios para definir e avaliar o nível de vida. Na impossibilidade de construir um índice único, o Comitê sugeriu que fossem considerados separadamente 12 componentes passíveis de quantificação:
1. Saúde, incluindo condições demográficas
2. Alimentos e nutrição
3. Educação, incluindo alfabetização e ensino técnico
4. Condições de trabalho
5. Situação de emprego
6. Consumo e economia gerais
7. Transporte
8. Moradia, incluindo saneamento e instalações domésticas
9. Vestuário
10. Recreação
11. Segurança social
12. Liberdade humana

As principais modalidades de indicadores de saúde são:
• Mortalidade / sobrevivência
• Morbidade / gravidade / incapacidade
• Nutrição / crescimento e desenvolvimento
• Aspectos demográficos
• Condições socioeconômicas
• Saúde ambiental
• Serviços de saúde.

Mortalidade
Foi o primeiro indicador usado. É fácil de operar: a morte é clara e objetivamente definida e cada óbito tem de ser registrado (nem sempre – ainda há cemitérios clandestinos em muitos pequenos municípios e especialmente óbitos de recém-nascidos deixam de ser registrados). Há numerosos indicadores baseados na mortalidade.
Limitações
• A morte é o último evento do processo saúde/doença e reflete imperfeitamente o processo.
• Agravos/danos de baixa letalidade (dermatologia, oftalmologia, doença mental) são mal representados nas estatísticas de mortalidade.
• Somente uma pequena parcela da população morre a cada ano (em geral, menos de 1%). Ao se estudar, por exemplo, a saúde escolar, morrem pouquíssimas crianças matriculadas na rede escolar.
• Mudanças nas taxas ao longo do tempo são em geral muito pequenas e a mortalidade é pouco útil nas avaliações de curto e médio prazo.


Morbidade
É um conhecimento essencial, que permite:
*Inferir os riscos de adoecer a que as pessoas estão sujeitas.
*Obter indicações para investigações de seus fatores determinantes.
*A escolha de ações adequadas. 
*Conhecer mudanças numa situação de saúde no curto prazo (febre amarela no RJ).

Fontes de dados
Dependem do momento na cadeia de eventos que se pretende estudar:



Registros clínicos
Alcançam somente os dois últimos ou no máximo os 3 últimos eventos da cadeia. É o caminho mais fácil para conhecer a saúde da população: resumos de altas hospitalares, registros de consultas externas, arquivos de dados de doentes: prontuários, protocolos, atestados, laudos, notificações compulsórias, resultados de exames.
• Nem sempre são completos ou confiáveis.
• São de baixo custo e permitem rapidez na investigação.
• As pessoas percebem a doença em graus diferentes, portanto muitas podem estar doentes e não estar representadas num registro.
• A existência ou não do atendimento (e, portanto, do registro) depende do tipo de agravo, do sexo, da idade, da classe social.
• Sua existência depende, como é óbvio, da existência de serviços.

Inquéritos
Na falta de sistemas rotineiros adequados ou quando não se costuma registrar a informação desejada é necessário ouvir e/ou examinar diretamente as pessoas, seja por recenseamento (todas as pessoas) ou por amostragem.
Nos diferentes inquéritos de morbidade, as freqüências de morbidade não são as mesmas, mas são semelhantes: a maioria da população não teve problemas no período estudado, uma parte relatou problemas; dessas pessoas, apenas uma parte procurou atendimento. Dessas, uma pequena parte chegou a ser internada. No inquérito nacional de morbidade da Colômbia, de cada mil pessoas apenas 2 foram hospitalizadas. Pode-se perceber daí, a dificuldade do ensino de Medicina se realizado apenas em hospitais.
Quais as causas das diferenças nos resultados dos inquéritos de morbidade?
• Variação regional da morbidade
• Aspectos conceituais e metodológicos (pontos de corte, por exemplo)
• Se é morbidade referida, ou se houve exame clínico ou laboratorial
• Fonte (paciente internado ou entrevista domiciliar)
• Tempo sobre o qual o inquérito é feito
• Definição de “caso”
• Forma de seleção da amostra

Gravidade do dano
O tipo de agravo, a mortalidade, a letalidade, a incidência de complicações, seqüelas, o órgão ou aparelho acometido. Para avaliar a gravidade, vale saber se trata de agravo infeccioso ou não-infeccioso. Em regiões menos desenvolvidas prevalecem doenças infecciosas, carências e pré-natais. Já em áreas mais desenvolvidas o predomínio é de doenças crônico-degenerativas. Assim, a estrutura da morbidade (o perfil patológico) permite inferir o nível de saúde e até mesmo o grau de desenvolvimento de uma região.
Servem também para avaliar gravidade a restrição de atividades, a hospitalização, o absenteísmo, o confinamento ao leito, a incapacidade permanente.
Os indicadores de gravidade são geralmente escalas de risco ou protocolos que atribuem pontos a certos aspectos da evolução do quadro clínico.

Indicadores nutricionais
As diferentes medidas de avaliação podem ser agrupadas em:
• Avaliação indireta do estado nutricional
- mortalidade de crianças de 1 a 4 anos
- mortalidade infantil
- mortalidade infantil tardia
- renda per capita
- disponibilidade de alimentos
• Avaliação direta do estado nutricional
- avaliações dietéticas (inquéritos dietéticos e cálculo de consumo de nutrientes)
- avaliações clínicas (antropométrica: peso, comprimento/estatura, perímetro cefálico, pregas cutâneas, IMC)
- avaliações laboratoriais (metabolismo do ferro, vitaminas lipossolúveis ou de acumulação)
A dificuldade geral nestas últimas e estabelecer o “padrão de referência” ou o “ponto de corte” para os indicadores.

Indicadores demográficos
Além da mortalidade, as grandes variáveis demográficas são a natalidade, a fecundidade e as migrações. Os indicadores mais usados são a esperança de vida ao nascer, fecundidade, natalidade, a estrutura etária e a distribuição por sexo da população. A simples divisão da população nas faixas etárias zero a 14 anos (pop. jovem); 15 a 64 anos (pop. economicamente ativa) e 65 anos e mais (pop. idosa) servem de base para inferir o nível de vida: predomínio da população jovem sobre a idosa indica piores condições de vida e de saúde. Já o predomínio da população idosa sobre a jovem ocorre em populações de melhor nível de vida e saúde. Permite também estimar demandas: no primeiro caso por serviços de saúde materno-infantil, pré-natal, saúde da criança, unidades do ensino fundamental, ao passo que no segundo caso, a expectativa é uma maior demanda por serviços de atenção cardiovascular, hospitalizações, medicamentos de uso contínuo, etc..

Indicadores ambientais
Condições de moradia e do Peri domicílio são estreitamente ligadas com o nível socioeconômico da população. Isso também se aplica em relação à cobertura e qualidade do saneamento básico (abastecimento de água, coleta de esgotos, de lixo e destinação das águas pluviais). É muito usada como indicador de saúde a proporção da população que dispõe de um sistema adequado de água, esgoto e lixo.

Indicadores relativos a serviços de saúde
São muitos os indicadores relativos ao que ocorre na assistência à saúde. Eles podem ser agrupados em indicadores de insumos, de processo e de impacto. Indicadores de insumo:
*Recursos humanos e materiais: número de médicos, dentistas, enfermeiros, leitos gerais, leitos de UTI, em geral por mil habitantes. Leitos de UTI neonatal por mil nascimentos.
*Recursos financeiros: gastos com saúde no Brasil. Em geral calculam-se os gastos como porcentagem do PIB ou dividindo os gastos per capita. A maioria dos países do terceiro mundo (Brasil inclusive) gasta menos de 5% do PIB com saúde.
*Distribuição dos recursos financeiros. Calcula-se qual a proporção dos recursos que vai para a atenção primária e qual a que vai para os demais níveis. Entre nós, enormes porções dos recursos vão para ações especializadas (curativas), nos hospitais de maior complexidade.

Indicadores de processo
Referem-se a detalhes do processo que conduz à manutenção da saúde ou à recuperação da doença. Exs: proporção de gestantes que fazem pré-natal, proporção de gestantes com 6 consultas e mais na gravidez, proporção de gestantes inscritas no primeiro trimestre.

Indicadores de impacto (ou de resultado)
Muitas das ações e serviços de saúde têm validade intrínseca, indiscutível, porém cada vez mais os planejadores e gestores buscam evidências de quais benefícios decorrem dos investimentos no setor. É muito difícil distinguir e controlar o impacto dos serviços de saúde na melhoria das condições de saúde. Nos anos 80 e 90, a grande diminuição da mortalidade infantil, com ênfase nas mortes causadas pelas gastrenterites, deveu-se principalmente ao aumento da cobertura de saneamento básico, e neste, acesso à água tratada de boa qualidade (e, portanto, fatores externos ao setor saúde).
Ainda hoje o efeito da disponibilização de água tratada sobre a mortalidade infantil pode ser visto nos estados menos desenvolvidos da Região Nordeste.