1º de Julho – Dia da Vacina BCG
A vacina BCG é a responsável pela defesa contra a
tuberculose e no dia 1º de julho comemora-se a sua criação.
Foi inventada em 1921, pelo cientista francês
Camille Guérin, juntamente com Albert Léon Chaves, também nascido nesse país. Arlindo
de Assis foi o responsável pelas primeiras aplicações da vacina BCG no Brasil,
no ano de 1927, num trabalho desenvolvido em parceria com o pediatra Almir
Madeira, esses, em 1934, criaram a primeira campanha brasileira contra a
tuberculose.
No Brasil, a dose da vacina é aplicada no primeiro
mês, logo após o nascimento do bebê. Desde junho de 2006 é recomendada a
suspensão da administração da segunda dose da vacina BCG, em nosso país, já que
o efeito protetor da primeira dose da vacina BCG, ao nascer, possui duração de
mais de 15 anos.
BCG
- Bacilo de Calmet Guérin
A vacinação utiliza uma cepa atenuada do
bacilo tuberculoso de origem bovina (Mycobacterium
bovis) contendo também
glutamato de sódio. A subcepa
utilizada no Brasil é a Moreau – Rio de Janeiro, mantida sob o sistema de lote
semente no Statens Serum Institut de Copenhagen, a qual é encaminhada,
periodicamente, aos laboratórios da Fundação Ataulpho de Paiva e do Butantan,
no Brasil.
A imunidade contra tuberculose é
predominantemente celular e a produção de anticorpos é desprezível.
A inoculação deve ser feita em crianças
após o terceiro mês, sendo desaconselhada a imunização precoce por carecer a
criança do sistema imunológico completo.
A aplicação deve ser feita por via
intradérmica injetando-se um volume de 0,1ml. A vacina é fabricada no Brasil
pela Fundação Athaulpho Paiva é fornecida na forma liofilizada.
Evolução
normal da lesão vacinal
A vacina BCG liofilizada, após diluição
com solução de cloreto de sódio e completa homogeneização, é aplicada por via
intradérmica na dose indicada de 0,1 ml, na inserção inferior do músculo
deltóide do braço direito. A lesão vacinal evolui da seguinte forma:
*da 1ª à 2ª
semana: mácula avermelhada com enduração de 5 a 15 mm de diâmetro.
*da 3ª à 4ª
semana: pústula que se forma com o amolecimento do centro da lesão, seguida
pelo aparecimento de crosta.
*da 4ª à 5ª
semana: úlcera com 4 a 10 mm de diâmetro.
*da 6ª à 12ª
semana: cicatriz com 4 a 7 mm de diâmetro, encontrada em cerca de 95% dos
vacinados. Não se deve cobrir a úlcera ou colocar qualquer tipo de medicamento.
O tempo dessa evolução é de seis a doze
semanas, podendo prolongar-se raramente até a 24ª semana.
Eventualmente pode haver recorrência da lesão, mesmo depois de ter ocorrido
completa cicatrização.
Quando aplicado em indivíduos
anteriormente infectados, quer por infecção natural, quer pela vacinação, o BCG
determina lesões geralmente um pouco maiores e de evolução mais acelerada
(fenômeno de Koch), com cicatrização precoce.
Durante a evolução normal da lesão
vacinal, pode ocorrer enfartamento ganglionar axilar e supra ou
infraclavicular, único ou múltiplo, não-supurado.
Aparece três a seis semanas após a
vacinação, é homolateral ao local da aplicação, firme, móvel, clinicamente bem
perceptível, frio, indolor, medindo até 3 cm de diâmetro, e não acompanhado de
sintomatologia geral. Pode evoluir por tempo variável, geralmente em torno de
quatro semanas e permanece estacionário durante um a três meses, desaparece
espontaneamente, sem necessidade de tratamento. O aparecimento desses gânglios
ocorre em até 10% dos vacinados.
Pode ocorrer linfadenopatia regional
não-supurada com mais de 3 cm de diâmetro, sem evidências de supuração
(flutuação e/ou fistulização); como conduta, deve-se observar e acompanhar o
paciente, até que ocorra regressão expressiva da adenomegalia. Não puncionar e
não administrar isoniazida. Notificar.
Eventos
adversos
A vacina BCG-ID pode causar eventos
adversos locais, regionais ou sistêmicos, que na maioria das vezes são
decorrentes do tipo de cepa utilizada, da quantidade de bacilos atenuados
administrada, da técnica de aplicação e da presença de imunodepressão congênita
ou adquirida.
Dependendo de localização, extensão e
gravidade, as complicações podem ser classificadas da seguinte forma:
- Lesões locais e regionais (mais frequentes):
a) úlcera com diâmetro maior que 1 cm;
b) abscesso subcutâneo frio;
c) abscesso subcutâneo quente;
d) linfadenopatia regional supurada;
e) cicatriz quelóide;
f) reações lupóide.
Obs: Os eventos adversos locais e
regionais (úlcera com diâmetro maior que 1 cm, abscesso e linfadenopatia
regional supurada) são decorrentes, na maioria dos casos, de técnica incorreta
na aplicação da vacina.
- Lesões resultantes de disseminação:
Podem ser localizadas ou generalizadas e
sua incidência é bastante rara.
a)
lesões
localizadas: em pele, osteorticulares, em linfonodos ou em órgãos do tórax ou
do abdômen.
b)
lesões
generalizadas.