A imunologia é uma ciência relativamente nova. Sua origem é atribuída à Edward Jenner, que descobriu, há aproximadamente 200 anos, em 1796, que a vacínia (ou cowpox), induzia proteção contra a varíola, uma doença frequentemente fatal. Jenner batizou seu processo de vacinação, uma expressão ainda utilizada para descrever a inoculação de indivíduos sãos, com amostras atenuadas ou mortas de agentes causadores de doenças, objetivando a proteção futura contra a enfermidade.
Edward Jenner (1749-1823)
Quando Jenner introduziu a vacinação, ele nada sabia sobre os agentes infeccioso que causam as doenças. No século XIX, Robert Koch provou que as doenças infecciosas eram causadas por microorganismos patogênico, cada qual responsável por uma determinada enfermidade ou patologia. Atualmente, existem quatro grandes categorias de microorganismos causadores de doença ou patógenos: os vírus, as bactérias, os fungos, e os parasitas.
Robert Koch (1843-1910)
As descobertas de Koch e outros pesquisadores do século XIX possibilitaram desenvolvimento da imunologia, estendendo a vacinação para outras doenças. Por volta de 1880, Louis Pasteur projetou com sucesso uma vacina contra a cólera aviária e desenvolveu uma vacina anti-rábica também bem sucedida na inoculação de uma criança mordida por um cão raivoso. Tantos triunfos práticos resultaram na busca pelos mecanismos de proteção imunológica.
Louis Pasteur (1822-1895)
Pasteur, embora bem sucedido no desenvolvimento de vacinas, possuía muito pouco conhecimento sobre os mecanismos envolvidos no processo de imunização. Ele sugeriu que organismos na vacina eram capazes de remover nutrientes essenciais do corpo e, assim, evitar o crescimento e proliferação dos agentes causadores de doença.
Louis Pasteur em seu gabinete de estudos
Aproximadamente dez anos mais tarde, em 1890, Emil Von Behring e Shibasaburo Kitasato demonstraram que a proteção induzida pelos processos de vacinação não se devia a remoção de nutrientes, mas estavam associadas ao surgimento de fatores de proteção no soro dos indivíduos vacinados. Estas substâncias foram denominadas de anticorpos, as quais se ligavam especificamente e eram capazes de neutralizar os agentes infecciosos. Emil von Behring recebeu, em 1901, o primeiro prêmio Nobel em medicina pelo seu trabalho sobre a produção de anticorpos (Tizard, 1995).
Emil Adolf von Behring (1854 - 1917)
Shibasaburo Kitasato (1852-1931)
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