23 de jun. de 2013

Hemólise

“Liberação dos constituintes intracelulares para o plasma ou soro”

Essa liberação do material intracelular ocorre a partir da ruptura das células sanguíneas. Caracteriza-se, geralmente, pela aparência avermelhada da parte líquida presente no tubo colhido (soro ou plasma), após a centrifugação ou sedimentação espontânea. Essa característica percebemos visualmente por causa da hemoglobina liberada durante a ruptura dos eritrócitos (hemácias/glóbulos vermelhos). Fatores interferentes em algumas análises originam-se da ruptura de plaquetas e leucócitos, que podem ser rompidos em conjunto com os eritrócitos.

A ruptura das células sanguíneas pode ocorrer desde o garroteamento do membro a ser puncionado, como também o material utilizado para a punção, o tempo de coleta, a homogeneização dos tubos colhidos, o transporte, acondicionamento, centrifugação...

Boas práticas de pré-coleta para prevenção de hemólise
• Deixar o álcool secar antes de iniciar a punção.
• Evitar usar agulhas de menor calibre. Usar esse tipo de material somente quando a veia do paciente for fina ou em casos especiais.
• Evitar colher o sangue de área com hematoma.
• Em coletas a vácuo, puncionar a veia do paciente com o bisel voltado para cima. Perfure a veia com a agulha a um ângulo oblíquo de inserção de 30 graus ou menos. Assim, evita-se que o sangue se choque com força na parede do tubo, hemolisando a amostra, e previne-se também o refluxo do sangue do tubo para a veia do paciente.
 • Tubos com volume de sangue insuficiente ou em excesso alteram a proporção correta de sangue/aditivo, levando à hemólise e a resultados incorretos.

• Em coletas com seringa e agulha, verificar se a agulha está bem adaptada à seringa, para evitar a formação de espuma.
• Não puxar o êmbolo da seringa com muita força.

• Ainda em coletas com seringa, descartar a agulha e passar o sangue deslizando-o cuidadosamente pela parede do tubo, cuidando para que não haja contaminação da extremidade da seringa com o anticoagulante ou com o ativador de coágulo contido no tubo.
• Não executar o procedimento de espetar a agulha na tampa de borracha do tubo para a transferência do sangue da seringa para o tubo, pois poderá criar uma pressão positiva, o que provoca, além da hemólise, o deslocamento da rolha do tubo, levando à quebra da probe de equipamentos.


Boas práticas de pós-coleta para prevenção de hemólise
• Homogeneizar a amostra suavemente por inversão de 5 a 10 vezes, de acordo com as instruções do fabricante (ver item 4.6.1); não chacoalhar o tubo.

• Não deixar o sangue em contato direto com gelo, quando o analito a ser dosado necessitar desta conservação.
• Embalar e transportar o material de acordo com as determinações da Vigilância Sanitária local, das instruções de uso do fabricante de tubos e do fabricante do conjunto diagnóstico a ser analisado.
• Usar, de preferência, um tubo primário; evitar a transferência de um tubo para outro.
• Não deixar o sangue armazenado por muito tempo refrigerado antes de fazer os exames. Verificar as recomendações do fabricante do kit do teste.• Não centrifugar a amostra de sangue em tubo para obtenção de soro antes do término da retração do coágulo, pois a formação do coágulo ainda não está completa, o que pode levar à ruptura celular.
• Quando utilizar um tubo primário (com gel separador), a centrifugação e a separação do soro devem ser realizadas dentro de, no mínimo, 30 minutos e, no máximo, 2 horas após a coleta.
• Não usar o freio da centrífuga com o intuito de interromper a centrifugação dos tubos. Essa brusca interrupção pode provocar hemólise.


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