“Liberação dos
constituintes intracelulares para o plasma ou soro”
Essa liberação do material intracelular
ocorre a partir da ruptura das células sanguíneas. Caracteriza-se, geralmente,
pela aparência avermelhada da parte líquida presente no tubo colhido (soro ou
plasma), após a centrifugação ou sedimentação espontânea. Essa característica
percebemos visualmente por causa da hemoglobina liberada durante a ruptura dos
eritrócitos (hemácias/glóbulos vermelhos). Fatores interferentes em algumas
análises originam-se da ruptura de plaquetas e leucócitos, que podem ser
rompidos em conjunto com os eritrócitos.
A ruptura das células sanguíneas pode
ocorrer desde o garroteamento do membro a ser puncionado, como também o
material utilizado para a punção, o tempo de coleta, a homogeneização dos tubos
colhidos, o transporte, acondicionamento, centrifugação...
Boas práticas de
pré-coleta para prevenção de hemólise
• Deixar o álcool secar antes de iniciar
a punção.
• Evitar usar agulhas de menor calibre.
Usar esse tipo de material somente quando a veia do paciente for fina ou em
casos especiais.
• Evitar colher o sangue de área com
hematoma.
• Em coletas a vácuo, puncionar a veia
do paciente com o bisel voltado para cima. Perfure a veia com a agulha a um
ângulo oblíquo de inserção de 30 graus ou menos. Assim, evita-se que o sangue
se choque com força na parede do tubo, hemolisando a amostra, e previne-se
também o refluxo do sangue do tubo para a veia do paciente.
• Tubos com volume de sangue
insuficiente ou em excesso alteram a proporção correta de sangue/aditivo,
levando à hemólise e a resultados incorretos.
• Em coletas com seringa e agulha,
verificar se a agulha está bem adaptada à seringa, para evitar a formação de
espuma.
• Não puxar o êmbolo da seringa com
muita força.
• Ainda em coletas com seringa,
descartar a agulha e passar o sangue deslizando-o cuidadosamente pela parede do
tubo, cuidando para que não haja contaminação da extremidade da seringa com o
anticoagulante ou com o ativador de coágulo contido no tubo.
• Não executar o procedimento de espetar
a agulha na tampa de borracha do tubo para a transferência do sangue da seringa
para o tubo, pois poderá criar uma pressão positiva, o que provoca, além da
hemólise, o deslocamento da rolha do tubo, levando à quebra da probe de
equipamentos.
Boas práticas de
pós-coleta para prevenção de hemólise
• Homogeneizar a amostra suavemente por
inversão de 5 a 10 vezes, de acordo com as instruções do fabricante (ver item
4.6.1); não chacoalhar o tubo.
• Não deixar o sangue em contato direto
com gelo, quando o analito a ser dosado necessitar desta conservação.
• Embalar e transportar o material de
acordo com as determinações da Vigilância Sanitária local, das instruções de
uso do fabricante de tubos e do fabricante do conjunto diagnóstico a ser
analisado.
• Usar, de preferência, um tubo
primário; evitar a transferência de um tubo para outro.
• Não deixar o sangue armazenado por
muito tempo refrigerado antes de fazer os exames. Verificar as recomendações do
fabricante do kit do teste.• Não centrifugar a amostra de sangue em tubo para obtenção de soro antes do
término da retração do coágulo, pois a formação do coágulo ainda não está
completa, o que pode levar à ruptura celular.
• Quando utilizar um tubo primário (com
gel separador), a centrifugação e a separação do soro devem ser realizadas dentro
de, no mínimo, 30 minutos e, no máximo, 2 horas após a coleta.
• Não usar o freio da centrífuga com o
intuito de interromper a centrifugação dos tubos. Essa brusca interrupção pode
provocar hemólise.
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