26 de jul. de 2012

D.I.P - Doenças Infecciosas e Parasitárias (Parte I)

As DIP’s são doenças causadas por seres vivos ou seus produtos.

“Atitudes predatórias para o meio ambiente, bem como uma estrutura política e econômica voltada para pequenos grupos são os principais fatores responsáveis pela manutenção do país no subdesenvolvimento, com aumento considerável de várias parasitoses e outras doenças”. David Pereira Neves, 2004.
Causas que contribuem com a prevalência ou aparecimento das DIP’s:
·         Crescimento urbano desordenado;
·         Deficiência ou inexistência de abastecimento de água, coleta de lixo, saneamento básico;
·         Moradia inadequada;
·         Salários insuficientes;
·         Educação insuficiente;
A erradicação de grande parte das DIP’s requer melhorias das condições socioeconômicas, no saneamento básico e na educação sanitária, além de mudanças de certos hábitos culturais.
Áreas de Estudos das DIP’s:
· Parasitologia Humana
ü  Helmintologia:
o   Metazooários;
o   Nematelmintos (corpos cilíndricos)
o   Platelmintos (corpos achatados)
ü  Protozoologia (Proto = Primitivo) à Os protozoários são classificados pela forma de locomoção, por exemplo, os “esporozoários” são os que não possuem forma natural de locomoção e são veiculados por outras estruturas do hospedeiro. O Plasmodium é considerado um esporozoário, pois utiliza-se da hemácia do hospedeiro para se veicular.
· Microbiologia Humana
ü  Virologia (vírus)
ü  Bacteriologia (bactérias)
ü  Micologia (fungos)
· Entomologia
ü  Zooses parasitárias (insetos, aracnídeos...)
Ex: Carrapatos, Larva de Mosca...
Infecção x Infestação
Infecção é a penetração e desenvolvimento, ou multiplicação, do agente patogênico no corpo hospedeiro. Infestação é o alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo hospedeiro e está ligada ao macroparasitismo, enquanto a infecção liga-se ao microparasitismo.
Ecologia Parasitária
Ecologia é o estudo das relações dos seres vivos entre si e o meio ambiente, o ecossistema é a unidade funcional de base em ecologia representando uma comunidade ecologia ou um ambiente natural onde há um estreito relacionamento entre as várias espécies de animais, vegetais e minerais.
Associação entre seres visos
Harmônica ou Positiva:
·         Comensalismo: obtenção de vantagens sem prejuízos ao outro;
·         Mutualismo: é quando duas espécies se associam para viver e ambas são beneficiadas;
·         Simbiose: é uma forma extrema de associação interespecífica (entre espécies) na qual a dependência recíproca chegou a tal ponto que nenhuma das duas espécies pode viver isolada da outra;
Desarmônica ou Negativa:
·         Predatismo: quando uma espécie animal se alimenta de outra espécie;
·         Parasitismo: é uma relação interespecífica, onde apenas uma espécie é beneficiada (o parasita), através do prejuízo causado em outra espécie (o hospedeiro). É toda relação ecológica desenvolvida entre indivíduos de espécies diferentes, em que se observa ale de associação íntima e duradoura uma dependência metabólica de grau variado.

Fonte: Curso Online de Doenças Infecciosas e Parasitárias, por Léa Simone de Carvalho

22 de jul. de 2012

Sequência de Tubos para Coleta de Sangue a Vácuo

Para que seja feita uma coleta de sangue a vácuo adequada devemos seguir a ordem correta dos tubos, evitando assim contaminação. Essa contaminação é referente aos anticoagulantes dos tubos (Citrato, EDTA, Heparina...).
Devemos ter sempre esse cuidado na coleta e deixar de lado os vícios e práticas de antigamente, como por exemplo, colocar o tubo de soro com gel na frente por conta do vácuo ser melhor e assim ajudar a fluir o sangue nos outros.

A ordem correta a seguir é a seguinte:
1. Frascos para hemocultura.
2. Tubos com citrato (tampa azul-claro).
3. Tubos para soro com ativador de coágulo, com ou sem gel separador (tampa vermelha ou amarela).
4. Tubos com heparina com ou sem gel separador de plasma (tampa verde).
5. Tubos com EDTA (tampa roxa).
6. Tubos com fluoreto (tampa cinza).  
Fonte:
RECOMENDAÇÕES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL PARA COLETA DE SANGUE VENOSO

Antigamente, uma coleta para análise de TAP tinha-se como ordem colher um tubo de descarte antes do tubo de citrato. Hoje em dia não se faz mais necessário esta prática, sendo de mais eficácia colher o tubo de citrato primeiro aproveitando pra colher o sangue logo que a cascata de coagulação foi ativada por conta da perfuração do bisel da agulha no vaso sanguíneo. Faz-se necessário colher um tubo "descarte" para exames mais complexos de coagulação, não sendo aconselhável colher em tubo com gel por este ser um dos mais caros, pode colher um tubo de citrato mesmo para essa função.

1 de jul. de 2012

1º de Julho – Dia da Vacina BCG

1º de Julho – Dia da Vacina BCG
A vacina BCG é a responsável pela defesa contra a tuberculose e no dia 1º de julho comemora-se a sua criação.
Foi inventada em 1921, pelo cientista francês Camille Guérin, juntamente com Albert Léon Chaves, também nascido nesse país. Arlindo de Assis foi o responsável pelas primeiras aplicações da vacina BCG no Brasil, no ano de 1927, num trabalho desenvolvido em parceria com o pediatra Almir Madeira, esses, em 1934, criaram a primeira campanha brasileira contra a tuberculose.
No Brasil, a dose da vacina é aplicada no primeiro mês, logo após o nascimento do bebê. Desde junho de 2006 é recomendada a suspensão da administração da segunda dose da vacina BCG, em nosso país, já que o efeito protetor da primeira dose da vacina BCG, ao nascer, possui duração de mais de 15 anos.
BCG - Bacilo de Calmet Guérin

A vacinação utiliza uma cepa atenuada do bacilo tuberculoso de origem bovina (Mycobacterium bovis) contendo também glutamato de sódio. A subcepa utilizada no Brasil é a Moreau – Rio de Janeiro, mantida sob o sistema de lote semente no Statens Serum Institut de Copenhagen, a qual é encaminhada, periodicamente, aos laboratórios da Fundação Ataulpho de Paiva e do Butantan, no Brasil.
A imunidade contra tuberculose é predominantemente celular e a produção de anticorpos é desprezível.
A inoculação deve ser feita em crianças após o terceiro mês, sendo desaconselhada a imunização precoce por carecer a criança do sistema imunológico completo.
A aplicação deve ser feita por via intradérmica injetando-se um volume de 0,1ml. A vacina é fabricada no Brasil pela Fundação Athaulpho Paiva é fornecida na forma liofilizada.
Evolução normal da lesão vacinal
A vacina BCG liofilizada, após diluição com solução de cloreto de sódio e completa homogeneização, é aplicada por via intradérmica na dose indicada de 0,1 ml, na inserção inferior do músculo deltóide do braço direito. A lesão vacinal evolui da seguinte forma:
*da 1ª à 2ª semana: mácula avermelhada com enduração de 5 a 15 mm de diâmetro.
*da 3ª à 4ª semana: pústula que se forma com o amolecimento do centro da lesão, seguida pelo aparecimento de crosta.
*da 4ª à 5ª semana: úlcera com 4 a 10 mm de diâmetro.
*da 6ª à 12ª semana: cicatriz com 4 a 7 mm de diâmetro, encontrada em cerca de 95% dos vacinados. Não se deve cobrir a úlcera ou colocar qualquer tipo de medicamento.
O tempo dessa evolução é de seis a doze semanas, podendo prolongar-se raramente até a 24ª semana. Eventualmente pode haver recorrência da lesão, mesmo depois de ter ocorrido completa cicatrização.
Quando aplicado em indivíduos anteriormente infectados, quer por infecção natural, quer pela vacinação, o BCG determina lesões geralmente um pouco maiores e de evolução mais acelerada (fenômeno de Koch), com cicatrização precoce.
Durante a evolução normal da lesão vacinal, pode ocorrer enfartamento ganglionar axilar e supra ou infraclavicular, único ou múltiplo, não-supurado.
Aparece três a seis semanas após a vacinação, é homolateral ao local da aplicação, firme, móvel, clinicamente bem perceptível, frio, indolor, medindo até 3 cm de diâmetro, e não acompanhado de sintomatologia geral. Pode evoluir por tempo variável, geralmente em torno de quatro semanas e permanece estacionário durante um a três meses, desaparece espontaneamente, sem necessidade de tratamento. O aparecimento desses gânglios ocorre em até 10% dos vacinados.
Pode ocorrer linfadenopatia regional não-supurada com mais de 3 cm de diâmetro, sem evidências de supuração (flutuação e/ou fistulização); como conduta, deve-se observar e acompanhar o paciente, até que ocorra regressão expressiva da adenomegalia. Não puncionar e não administrar isoniazida. Notificar.
Eventos adversos
A vacina BCG-ID pode causar eventos adversos locais, regionais ou sistêmicos, que na maioria das vezes são decorrentes do tipo de cepa utilizada, da quantidade de bacilos atenuados administrada, da técnica de aplicação e da presença de imunodepressão congênita ou adquirida.
Dependendo de localização, extensão e gravidade, as complicações podem ser classificadas da seguinte forma:
- Lesões locais e regionais (mais frequentes):
a) úlcera com diâmetro maior que 1 cm;
b) abscesso subcutâneo frio;
c) abscesso subcutâneo quente;
d) linfadenopatia regional supurada;
e) cicatriz quelóide;
f) reações lupóide.
Obs: Os eventos adversos locais e regionais (úlcera com diâmetro maior que 1 cm, abscesso e linfadenopatia regional supurada) são decorrentes, na maioria dos casos, de técnica incorreta na aplicação da vacina.
- Lesões resultantes de disseminação:
Podem ser localizadas ou generalizadas e sua incidência é bastante rara.
a)      lesões localizadas: em pele, osteorticulares, em linfonodos ou em órgãos do tórax ou do abdômen.
b)      lesões generalizadas.