O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em uma pessoa normal sadia, cerca de 45% do volume de seu sangue são células (a maioria de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas).
O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
Este movimento circulatório do sangue ocorre devido à atividade coordenada do coração, pulmões e das paredes dos vasos sanguíneos. O sangue transporta ainda muitos sais e substâncias orgânicas dissolvidas.
No interior de muitos ossos, há cavidades preenchidas por um tecido macio, a medula óssea vermelha, onde são produzidas as células do sangue: hemácias, leucócitos e plaquetas.
O sangue é formado por um líquido amarelado denominado plasma, no qual se encontram em suspensão milhões de células.
Entre as proteínas plasmáticas, encontram-se as albuminas, responsável pela manutenção da pressão osmótica sanguínea; o fibrinogênio e a protombina, que participam na coagulação; e as globulinas, incluindo os anticorpos, proporcionam imunidade em face de muitas doenças.
Uma grande parte do plasma (95%) é composta pela água, meio que facilita a circulação de muitos fatores indispensáveis que formam o sangue.
O nível de sal no plasma é semelhante ao nível de sal na água do mar.
Plasma
O plasma sangüíneo possui proteínas, sais e substâncias diversas, tais como nutrientes, CO2, excretas e hormônios. Cerca de 20% das proteínas do plasma pertencem ao grupo das gamaglobulinas, que constituem os anticorpos; estes protegem o organismo contra agentes infecciosos. Outra proteína importante do plasma sangüíneo é o fibrinogênio, que atua na coagulação sangüínea.
Ø Água => transporta moléculas dissolvidas;
Ø Proteínas (albumina, fibrinogênio, imunoglobulinas) => dão viscosidade ao sangue e estão relacionados à defesa do organismo;
Ø Oxigênio => participa da respiração celular;
Ø Gás carbônico => resíduos da respiração celular; estimula o bulbo, que controla os movimentos respiratórios, através do H+ que é liberado pelo CO2;
Ø Nutrientes (glicose, aminoácidos, lipídios, vitaminas, etc.) => fornecem energia às células, matéria-prima para a construção do material celular e regulam a atividade da célula;
Ø Íons (sódio, potássio, cloro, magnésio, bicarbonato e cálcio.) => desempenham funções variadas;
Ø Excretas (uréia e amônia) => resíduos produzidos pelas células, destinados a serem eliminados;
Ø Hormônios => efetuam a “comunicação” entre os órgãos, controlando-os a distancia.
Hemacias
As hemácias, também chamadas de glóbulos vermelhos ou eritrócitos, são células especializadas no transporte de oxigênio. Elas são produzidas no interior dos ossos, a partir das células da medula óssea vermelha denominada eritroblasto. O eritroblasto fabrica grande quantidade de hemoglobina e elimina o núcleo, transportando-se no eritrócito ou hemácia. Uma hemácia permanece cerca de 120 dias em circulação. Ao fim desse período, ela perde sua capacidade funcional e acaba sendo fagocitada e digerida por células do fígado ou do baço. Calcula-se que, em apenas um segundo, cerca de 2,4 milhões de hemácias sejam destruídos em nosso corpo. Ao mesmo tempo, quantidade equivalente de hemácias é liberada pela medula óssea vermelha, para substituir as que são removidas da circulação.*Hemoglobina:A hemoglobina é constituída por um pigmento vermelho chamado heme, que dá a cor vermelha característica do sangue. É um pigmento especial predominante no sangue, cuja função é transportar o oxigênio. Transporta o oxigênio dos pulmões até os tecidos do corpo. Depois, inverte sua função e recolhe o dióxido de carbono, transportando-o até os pulmões para ser expirado.
A deficiência de hemoglobina provoca a anemia. As alterações da estrutura da hemoglobina podem causar a anemia falciforme.
Plaquetas
Plaquetas ou trombócitos são fragmentos de células especiais presentes na medula dos ossos, os megacariócitos. A função das plaquetas é atuar na coagulação sangüínea: elas liberam substâncias denominadas fatores de coagulação nas regiões de ferimentos, estimulando a formação de coágulos, que detêm uma eventual hemorragia.*Coagulação:Um dos mais importantes fatores da coagulação do sangue liberados pelas plaquetas é a enzima tromboplastina-quinase, que age na transformação da protrombina – proteína presente no sangue – em trombina. Essas substâncias, por sua vez, estimula a transformação de fibrinogênio – outra proteína do sangue – em fibrina. As moléculas de fibrina têm capacidade de se entrelaçar, formando uma rede na qual as hemácias ficam retidas. Esse conjunto é o coagulo, uma espécie de tampão que veda o ferimento.
Além dos fatores de coagulação de natureza protéica, a coagulação do sangue envolve a participação de íons de cálcio e de vitaminas K.
LeucocitosNo sangue, temos de 5.000 a 10.000 corpúsculos ou glóbulos brancos (células brancas do sangue), que recebem o nome de leucócitos. De 4.000 a 11.000 glóbulos brancos por mm3. São de vários tipos principais:
o Neutrófilos - Que fagocitam e destroem bactérias;
o Eosinófilos - Que aumentam seu número e se ativam na presença de certas infecções e alergias;
o Basófilos - Que segregam substâncias como a heparina, de propriedades anticoagulantes, e a histamina;
o Linfócitos - Que desempenham um papel importante na produção de anticorpos e na imunidade celular;
o Monócitos - Que digerem substâncias estranhas não bacterianas
Alguns tipos de leucócitos conseguem englobar microorganismos, como as bactérias. Algumas regiões dos leucócitos se deformam e “engolem” a bactéria, como mostra a figura a seguir. O microorganismo é, em seguida, destruído no interior do glóbulo branco.
Outros tipos de leucócitos (os linfócitos), fabricam substâncias especiais, os anticorpos, que ajudam a combater os micróbios invasores.
Doenças (características)
Anemia
Baixo numero de hemácias, o que prejudica o transporte de oxigênio; pode ser causada por uma dieta pobre em proteínas, em ferro ou em vitaminas B12.
Leucemia
Tipo de câncer da medula óssea em que há produções exageradas de leucócitos, que não funcionam corretamente, deixando a pessoa pouco resistente a infecções.
Hemofilia
Doença hereditária em que a coagulação do sangue é deficiente. Um simples ferimento pode levar á morte por hemorragia. Manifesta-se principalmente em indivíduos do sexo masculino.
Malária
É causado por um protozoário, o plasmodium, transmitido por um mosquito. Após passar algum tempo no fígado, os protozoários se instalam e se reproduzem nas hemácias, que acabam por se romper, causando anemia profunda. Provoca febres altas e intermitentes.
Imunização ativa e passiva: vacinação e soros.
V a c i n a s
Microorganismos vivos atenuados – isto é, tratados para tornarem-se incapazes de causar doença – ou substâncias isoladas de microorganismos podem ser injetadas em uma pessoa, com o objetivo de induzir a formação de células de memórias. Esse processo é denominado vacinação, e a solução de antígenos específicos chamam-se vacina.
Os antígenos presentes na vacina desencadeiam, no organismo vacinado, uma resposta imunitária primaria, em que há produção de células de memória. Caso o organismo seja invadido pelo microorganismo contra o qual foi imunizado, a resposta á resposta á infecção (resposta secundária) será rápida, e os invasores serão destruídos antes mesmo de aparecerem sintomas da doença.
S o r o s I m u n e s
Certas substâncias tóxicas, como toxinas bacterianas ou venenos de cobras e aranhas, têm efeitos no organismo, podendo matá-lo antes que ele consiga produzir anticorpos. Em picadas de cobras, por exemplo, é preciso inativar rapidamente o veneno, antes que ele atue. O combate ao veneno é feito através da injeção de soro, contendo anticorpos contra venenos de cobras. O soro corresponde ao plasma sangüíneo do qual foi removida a fibrina, ou seja, ao liquido sangüíneo obtido do sangue de um animal previamente imunizado contra veneno de cobra.
O soro é preparado da seguinte maneira: injetam-se, em cabras, cavalos ou outros mamíferos de grande porte, doses sucessivas e crescentes da substância (antígeno) contra a qual se deseja obter anticorpos. A pequena quantidade de antígenos inicialmente injetada não chega a prejudicar os animais, mas é suficiente para estimular seu sistema imunitária a produzir anticorpos específicos. À medida que doses progressivamente maiores do antígeno são injetadas no animal, os anticorpos já existentes evitam prejuízos à saúde, e quantidades cada vez maiores de anticorpos específicos são produzidas. Retiram-se, então, amostras de sangue do animal, de onde se extraem os anticorpos, com os quais se prepara o soro. Ao serem injetados no paciente, os anticorpos do soro reconhecem as substâncias tóxicas, unindo-se a ela e inativando-a prontamente.